domingo, 13 de fevereiro de 2011

SEM TÍTULO AINDA. Quero receber sugestões para o título desse conto. Deixe nos comentários...

Pela manhã logo que acordei, fui fazer a barba. Início de semana. Preparei-me para o trabalho. Como de costume tomei minha primeira xícara de café feito na hora. Continuei com os preparos, o tempo parecia passar rápido, levei o leite para meu filho, dei-lhe um beijo e um bom-dia, ele sorriu e agradeceu. Minha filha já estava quase pronta, deixo-a na escola e sigo para o trabalho, mas eu ainda não estava. Parecia que o dia seria diferente, a rotina não obedecia. Ao sair percebi que não havia recolhido o carro ele ficou para fora, na rua. Voltei, pois havia esquecido o controle do portão da garagem. Agora já no carro lembrei-me do celular. Voltei novamente. Rotina? Já não havia quase nada dela. Em fim seguimos.
Deixei minha filha na escola com um beijo e o desejo de uma boa aula. Segui para o trabalho. De repente a rotina parece voltar e tudo se tranqüiliza, meus pensamentos também.
Chegando a frente do trabalho, parei por uns instantes dentro do carro e fiz uma pequena oração. Pedi a Deus para ter um bom trabalho. Que Ele abençoasse os adolescentes, e eu aprendesse algo.
Quando cheguei à sala, todos já haviam feito a oração e estavam entrando, liguei meu “PC” organizei um pouco do que iria precisar dali uma semana. Uns cinqüenta minutos depois já era o momento de ter contato com os meus.
Hoje era dia de prova. Na primeira turma tudo normal, na segunda turma, alguma coisa estava diferente, inclusive a formação deles, ao invés de quatro filas, havia apenas três. Segui com o trabalho, distribui as provas, dei todas as informações necessárias.
Enquanto aguardava o final das provas, eu circulava pela sala. Num determinado momento, parei olhei no relógio, eram nove horas e vinte oito minutos. Guardei o relógio e olhei para através da janela, avistei uma casa com uma chaminé muito interessante, as sombras da araucária na frente da casa, passeavam sobre o telhado. Não havia vento. Essa foi minha estranheza. Fixei meus olhos e no flagrante do piscar eu vi uma paisagem rural, campestre, cheia de pinheiros (araucárias) eu caminhava e avistava casas ao longe, casas rurais, as chaminés com fumaças anunciavam um fogão cheio de afazeres, parecia que em alguns instantes eu sentia o cheiro do café passando, ao mesmo tempo eu percorria várias fazendas.
Numa delas me pareceu ter chegado ao paraíso, para chegar até lá cruzei um pequeno riacho, água bem transparente, corria levemente fazendo um murmúrio de córrego que só mesmo em filmes e em nossa imaginação, aquele som acariciava meus ouvidos e transportava uma calma e uma paz extraordinária para minh’alma. Depois de atravessá-lo por uma ponte de palanques sentei numa pedra enorme que havia ali e contemplei-o maravilhosamente. As suas margens por vezes havia um gramado (um pasto) de um verde completamente alucinante, por onde pastavam carneiros e ovelhas. Por vezes viam-se algumas árvores que deitavam suas sombras espessas no rio e no gramado, mais ao longe podiam observar outras que deixavam vazar os raios de sol enchendo de luz partes daquele imenso jardim rural.
Aos poucos deixei a contemplação, pois ouvi rumores de gansos que se aproximavam; estavam em número de sete e seguiam literalmente numa fila com distâncias exatamente marcadas.
Quando chegaram perto, eu estava meio tenso, pois aprendi ter receio com gansos.
O primeiro da fila olhou-me como quem queria falar comigo, abaixava e esticava o pescoço, num movimento convidativo a acompanhá-lo, entendi que fora isso o que ele queria, e segui escoltado por sete gansos. Detalhe eram seis brancos e apenas um tinha uma pena rajada em cada asa. O caminho me conduziu a casa, não percebi no caminhar; foi tão rápido, uma distância tão longa, e nada de cansaço; voltei-me para trás e vi que estava no alto de um cume. De lá eu podia ver vários vales cortados por riachos, e algumas pequenas cascatas que desciam até eles, eram quatro no total. Uma delas parecia um filete de água, outra um véu, uma delas descia uma escada de pedras e a outra simplesmente jorrava água como uma fonte em uma pedra. Em um dos vales havia um morro que mais parecia um cone. Retomei meu olhar á casa, era ladeada de pedras retirados do próprio campo; logo atrás havia uma pequena mureta de pedras que abrandava o terreno pouco íngreme e debruçava sobre ela flores vermelhas, de um vermelho muito vivo; a casa era feita de troncos de arvores bem talhados, à frente uma porta de madeira bem pesada e uma janela que ostentava um vaso de parede sob ela. Com flores de uma espécie que não conheço, parecia impatiens grudados em cordões de cipós, flores de todas as cores, inclusive azuis.
Exalava de dentro um cheiro maravilhoso que misturava em minha mente vontade de comer (não de fome), com vontade de aspirar cada vez mais aquele cheiro delicioso envolvente, que ao mesmo tempo despertava um desejo enorme de amar e ser amado.
Ao que aparece um anjo, não uma anja... Anja? Existe anja?
Sei lá.
Clara, não branca; de cabelos amendoados, longos até a altura dos seios, um manto e uma túnica brancos, muito brancos lhe cobria o corpo, pareciam plumagens que misturavam a algo parecido com umas asas. A brancura fazia destacar a cor amendoada dos cabelos e de sua pele. Os cabelos, levemente ondulados e volumosos, variavam nas tonalidades chegando a quase louros. A pele tinha um tom só. Os pés não tocavam o chão e que lindos eram aqueles pés de proporções notórias. Os dedos de suas mãos faziam um movimento leve como que me cumprimentasse e ao mesmo tempo me chamava para dentro, dedos e mãos perfeitas. Sua túnica era transparente e mostrava levemente um corpo estrutural, de formas incríveis. Seu rosto por fim traduzia a paz, o amor e todas as virtudes que se possa imaginar. Olhos perfeitamente azuis que combinavam indiscutivelmente com aqueles lábios carnudos e rosados. Seu sorriso mostrava uma alegria contagiante. Como é lindo quando a mulher sorri. Colocou sua mão esquerda sobre a minha direita, parecia que algo estava entre nossas mãos, com o seu olhar angelical me transmitiu, sem palavras, que um presente estava me dando.
Respirei profundamente aquele perfume, fechei meus olhos e ouvi uma voz dizendo: ‘Professor, faça o favor!
Olhei para minhas mãos meu celular ainda apontava o mesmo horário, nenhum segundo mais, nenhum segundo a menos.
Olhei para o lado e atendi ao pedido de um aluno.
Retornei ao mesmo local olhei através da janela e vi a mesma paisagem, mas não tive a mesma sensação.
Senti uma felicidade a partir daquele instante.
Nada de especial, mas passei o dia muito bem, com uma sensação maravilhosa.
Noutro dia noutra sala olhei para a mesma paisagem, já não era o mesmo sol, nem as mesmas sombras.
Era outro dia com maravilhas diferentes. Então percebi que os dias mudam as paisagens mudam, nós mudamos, as sensações mudam apesar de estarem no mesmo lugar e serem as mesmas.
Hoje sou eu mesmo, mas diferente, sou o mesmo, mas mudei.
Espere não acaba por aqui, ao reler o texto comecei a sentir as sensações novamente, e um leve aroma chegar ao ar. Estou sentado agora, mas minha cadeira flutua juntamente com a mesa, e me sinto completamente feliz...
Uma imagem surge ao meu lado é uma...
Professor Edino    

13 comentários:

  1. Antonio Marcos Afonso (Biblioteca Pública de T. Borba): Seu texto me lembrou quando sentimos um cheiro, um gosto e nos leva a um passado que ja vivemos.... algumas vezes isso acontece comigo.
    Passei a frente seu texo para uma amiga.

    Sugestão de Título "Viajem nos sentidos"

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  2. Ainda da Professora Maria Odete:
    Olá, Profº Edino!Adorei seu conto, fez-me viajar sem sair do lugar! És um escritor fabuloso: tem sensibilidade, romantismo, magia...
    E como sugestão de título, que tal: Flores Azuis? Pq ñ continua sua história? Poderia iniciar outo conto com a última frase deste...se quiser dicas, conte comigo(q pretensiosa, não? ajudar um escritor fabuloso) Um abraço e mto sucesso!!

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  3. Vera Lucia Oliveira disse:
    oi,
    sabe, ao ler o conto.... parece algo sobrenatural, eu daria um título nessa linda
    sei lá....
    vou pensar melhor...

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  4. Professora Janice:

    Oi, Édino!

    Ótimo o conto! Sugiro para o título: A felicidade depende de um olhar

    Um abraço

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  5. Olá Edino
    muito bom seu conto, legal essa fantasia de poder durante uma aula fugir dessa rotina e não sair do tempo, quanto ao titulo não sou boa nisso. Quem sabe: "ao encontro da liberdade"

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  6. Professora Cristiane M. Leniar
    Parabéns, para pensarmos e sonharmos. C vc permititr, vou enviar para alguns colegas. Abraços.

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  7. Carlos Fernando Eckel disse:
    Anja.... Essa foi boa.... Vc é 10! Vou pensar em um título para você.

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  8. Olá tudo bem?

    Adorei seu conto, você deixou sua imaginação fluir de tal forma a viajar por um lugar inexistente a outros olhos, inclusive aos os seus após retornar a realidade, foi um momento só seu... Agora, título???? Hum....

    "O poder da imaginação" "Uma viagem além da imaginação" " "O poder da mente""..... Era só uma sugestão? rsrsr..... Bjo..

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  9. Edino
    Realmente viajamos no conto.Deixo como sujestão de nome: Além do cotidiano.Abraços.

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  10. Parabéns ,seu conto é muito bom, mesmo!!!!!!!
    Que tal "DEVANEIOS".
    Um abraço!
    Erica

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  11. Olá meu amigo! Achei lindo o seu conto.O título poderia ser "Além de simplesmente aprender". É uma sugestão de alguém que ao mesmo tempo ensina, aprende com um olhar além de uma sala de aula.Abraços!!!!!!!!!!

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  12. Sandra Mara Schmidt disse:
    Amigo é fantástico! Adorei ler sua narrativa. Quero ver um livro seu, e quero trabalhar com ele em sala de aula
    Edite o seu livro com tuas histórias. Abraço

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